segunda-feira, agosto 20, 2007

Missão Galão


Confesso. Foram metros e metros e metros... de felicidade! Cheiinha de flores e corações. Fui, na semana passada, fazer a primeira investida no incrível bairro da 25 de Março (já aqui anteriormente referido, e seguramente futuramente repetido...), com um objectivo: galões. Saí de lá engalonada. Com a cabeça repleta de imagens de galões nos meus próximos trabalhos... A variedade de oferta deixou-me com a cabeça a andar à roda!... Foram horas seguidas a entrar em tudo o que era "Armarinho" (expressão aqui usada para designar todas as lojas que vendem artigos de retrosaria, drogaria, papelaria...), e explorar tudo o que era prateleira, armários e gavetas, a remexer, a "fussar", e ficar com as mãos cheias de pó, de tanto procurar até naquilo que parecia ter um ar mais abandonado... como eu gosto.

A missão galão também acabou por virar missão botão, ao dar de caras com um expositor sem fim à vista de botões vintage, irresistíveis... Felicidades redondinhas, como mostra a foto...

25 de Março, sempre!!! e eu, lá voltarei para a Missão Tecidos...

terça-feira, agosto 14, 2007

Gaudí na Favela

Há histórias incríveis.

A de Estevão Silva da Conceição é uma delas. Homem simples, de pouca escolaridade, lavrador, homem do povo, veio da Bahia para São Paulo no início dos anos 80 - como tantos outros seus conterrâneos -, à procura daquela vidinha melhor, de trabalho e pão na mesa.

Trabalhou arduamente como porteiro (mas também era jardineiro, ajudante de pedreiro...de tudo um pouco) num desses condomínios fechados, de luxo, para conseguir um pedaço de terra: um barraco na favela paulista de Paraisópolis. Estevão foi, talvez, dos poucos a dar significado ao nome, no mínimo irónico, desta favela que dá pelo nome de Paraíso...

[aqui abro um parêntesis, bem recto, para dizer que nunca consigo levar muito a sério estes nomes de bairros, localidades ou cidades brasileiras com terminação de ...ópolis, parece-me sempre que estou a ler os Patinhas!!!]

...mas adiante, em plena favela, Estevão, sem nunca sequer ter ouvido falar do Mestre catalão Antoní Gaudí, fez uma obra à sua imagem e semelhança, construíu o seu refúgio gaudesco nos escassos metros quadrados de que dispunha, com materiais encontrados, recolhidos no lixo, comprados em bazares, numa obra prima de criatividade e iluminação. Nessa casa suspensa, vive com a sua esposa e o casal de filhos. Como explica Estevão, tudo começou porque ele cismou que queria um jardim... começou por plantar um pé de roseiras, que foi logo derrubado pelas bolas invasoras das crianças que brincavam... o jeito era mesmo criar uma estrutura suspensa, protegida por ferros, que protegesse as flores. Começou, desta forma, o seu jardim suspenso, e a partir desse momento a obra não mais parou. Iniciada há 22 anos, esta é uma obra eternamente inacabada.

A vida e a obra deste criador já foram alvo de um Documentário, feito pelo realizador brasileiro Sérgio Oskman, que divulgou Estevão da Silva Conceição junto da comissão organizadora do Aniversário dos 150 Anos de Gaudí; fascinados pela obra deste baiano, a Comissão ofereceu-lhe uma viagem a Barcelona, para ver, de perto, a razão por que todos lhe chamam o Gaudí Brasileiro.

Emociono-me sempre com aqueles que conseguem, nas condições menos favoráveis, trazer alegria, cor e fantasia às suas vidas. Aqui fica um exemplo da genialidade de um homem, que não tem a menor consciência artística, mas tem em si, a grandiosidade da arte.


















sábado, agosto 11, 2007

São Paulo ou a Tragédia Grega


Há 48 horas que estamos em São Paulo.
Foi tempo de matar saudades dos muitos amigos que cá temos, rever cheiros, paladares e sensações que de cá nunca saíram, e assistir a um espectáculo e meio de teatro - porque na quinta-feira, quando chegámos, fomos quase directos para o Galpão do Folias de Arte, preparadíssimos para enfrentar as 3 horas e meia de peça que teríamos pela frente (num acto misto de coragem e insanidade, depois das 12 horas de voo acabadas de fazer...), quando, passadas 2 horas de espectáculo, nos anunciaram que um dos actores tinha rachado a cabeça e teve que ir, de urgência, para o hospital. Imprevistos que acontecem na vida real e que forçam a sua entrada em cena... Fomos, pois, jantar mais cedo, e regressámos na sexta à noite, desta vez, sim, para absorver, de fio a pavio, todos os minutos, tão curtos quanto grandiosos, dessas 3 horas e meia de tragédias gregas, revisitadas no trabalho brilhante do encenador Marco António Rodrigues e do grupo Folias de Arte, numa leitura contemporânea, inteligente, e avassaladora da Trilogia de Ésquilo. Oresteia é, para quem puder, uma peça a não perder.
E eu, vou continuar a dar notícias...

sexta-feira, agosto 03, 2007

Colecção Rococo

Nova colecção de colares, num estilo que remonta a outros tempos.
Ver mais aqui.




Artesanato no Parque


É já este sábado, dia 4 de Agosto, a próxima edição da Feira de Artesanato Urbano no Parque da Cidade. Façam-nos uma visita!!