sábado, abril 25, 2009

Liberdade

No meu país há uma palavra proibida

No meu país há uma palavra proibida.
Mil vezes a prenderam mil vezes cresceu.
E pulsa em nós como o pulsar da própria vida
sabe ao sal deste mar tem a cor deste céu
no meu país há uma palavra proibida.

No meu país há uma palavra que se diz
com a mesma ternura da palavra irmã.
Palavra quente como o sol do meu país
palavra clara como é cada manhã
apesar da tristeza lá no meu país.

No meu país há uma palavra que se escreve
sobre os muros à pressa pela noite dentro.
Uma palavra assim nenhuma língua a teve
tão ausência-presença tão feita de vento
tão impossível de apagá-la onde se escreve.

No meu país há uma palavra onde se guarda
tudo o que se não teve tudo o que não foi.
Por ela a humilhação fabrica uma espingarda
e há um tempo de luta no tempo que dói
nessa palavra que nos guia que nos guarda.

Palavra que murmura nos verdes pinheiros
o recado que o mar vem escrever nas areias.
Se já em nós morreram marinheiros
há uma palavra que semeia em nossas veias
um país que murmura nos verdes pinheiros.

No meu país em cada homem há uma palavra
que rasga as trevas e as prisões: palavra-chave
capaz de transformar em asa a mão que lavra.
E é inútil prenderem-na que é luz e ave
no meu país em cada homem essa palavra.

Palavra feita de montanhas praias vento.
De verde pinho e mar azul. De sol. De sal.
Não vale a pena proibirem o pensamento
Há uma palavra clandestina em Portugal
que se escreve com todas as harpas do vento.

Manuel Alegre

sexta-feira, abril 24, 2009

new hair cut... e ganchos novos!

O meu novo corte de cabelo faz-me apetecer mais e mais ganchinhos e muitas florinhas... as repinhas curtas e atrevidas pedem enfeites... com essa inspiração, surge mais uma colecção de ganchos, em que as flores são rainhas e senhoras.


sábado, abril 18, 2009

Ciclos

A vida faz-se de ciclos. Ciclos que que se fecham para dar início a novos ciclos. Que um dia se fecharão de novo sobre eles mesmos. E assim voltamos aos inícios. Gosto de inícios. Aliás, às vezes até tenho medo de ser viciada em inícios.
Está agora a fazer precisamente 6 anos que regressei de uma vida passada fora de Portugal. 30 de Abril de 2003. Um ciclo que se fechou, e, claro, um ciclo que começou. Que agora se fecha, que agora começa.

Esta música, de um grupo que adoro, e que me foi dado a conhecer há anos atrás por uma dessas pessoas que são feitas de música(s), fala disso mesmo, de inícios e de fins, ou de fins e de inícios. A ordem não conta. Não resisto a partilhá-la, numa versão live, e por isso menos clean, Flying Away, do grupo britânico Smoke City.

sexta-feira, abril 03, 2009

Miglinha na Rosa Malva



Mais uma inauguração na Rosa Malva, já este sábado, 4 de Abril. A Maria Miguel traz-nos a exposição "Dos Trapos Coração", com peças originais, surpreendentes e divertidas feitas a partir de desperdícios de tecido. Vale a pena vir conhecer o trabalho da Miglinha.